Se tem uma pergunta que aparece com frequência quando o assunto é trabalhar por conta própria na área técnica, é essa: “Quanto dá pra ganhar por serviço?” E, claro, a resposta não é tão direta quanto a gente gostaria. Tudo depende da região, do tipo de serviço, da experiência do profissional e até da urgência do cliente.
Mas o que dá pra dizer com certeza é que, sim, técnicos autônomos conseguem alcançar uma renda bem interessante — muitas vezes acima da média de vários empregos formais. Principalmente quando sabem precificar bem, entregar um serviço de qualidade e manter a agenda cheia com estratégia.
Outro ponto importante: o ganho por serviço não é apenas o valor cobrado. Envolve também custo de deslocamento, material, tempo investido e até riscos assumidos. Por isso, o valor pode variar bastante entre um atendimento simples e uma instalação mais complexa.
Vamos entrar nos detalhes agora. A seguir, você vai ter uma ideia mais clara de quanto um técnico autônomo realmente pode ganhar por serviço em diferentes áreas — e entender por que tanta gente está escolhendo esse caminho como forma principal de sustento (e crescimento).
Serviços hidráulicos e valores médios por atendimento
Quem atua como encanador sabe: a demanda é constante e, muitas vezes, urgente. Isso permite cobrar valores que refletem não só o tempo de execução, mas também a solução imediata do problema. Um simples desentupimento, por exemplo, pode custar entre R$ 150 e R$ 300 — dependendo do bairro e da complexidade.
Um encanador no Brooklin, por exemplo, costuma atender regiões com maior poder aquisitivo, o que permite valores mais altos por serviço. Já uma troca de sifão, instalação de torneira ou ajuste de vazamento interno pode render entre R$ 100 e R$ 200 — muitas vezes em visitas que duram menos de uma hora.
Os serviços mais complexos, como substituição de tubulações, instalação de aquecedor ou pressurizador, podem facilmente ultrapassar os R$ 500 por atendimento. E se for em final de semana, feriado ou com urgência, esse valor pode dobrar.
É por isso que muitos encanadores organizam a agenda de forma a encaixar o maior número de serviços curtos por dia, garantindo faturamento alto sem comprometer a qualidade. O segredo está no equilíbrio entre agilidade e entrega.
Quando a localização favorece o faturamento
É inegável: o lugar onde o técnico atua influencia — e muito — nos valores que pode cobrar. Em regiões mais valorizadas, com imóveis de alto padrão e moradores que exigem atendimento rápido e profissional, os preços tendem a ser mais altos.
Um encanador na Mooca, por exemplo, pode cobrar mais do que alguém que atende em bairros mais afastados, simplesmente porque a base de clientes ali está disposta a pagar mais por conveniência, segurança e agilidade.
Além disso, regiões centrais costumam gerar mais chamados de emergência, o que também permite tarifas diferenciadas. A lógica é simples: quem precisa do serviço “pra ontem” tende a aceitar pagar mais pela prioridade no atendimento.
Por outro lado, atuar em bairros com concorrência menor também pode ser vantajoso. Nessas áreas, o técnico se torna referência local, fideliza a clientela e consegue manter uma agenda cheia, mesmo com valores ligeiramente mais baixos por serviço.
Quanto ganha um eletricista por atendimento?
No setor elétrico, os ganhos por serviço também são expressivos — e, em muitos casos, superiores aos da área hidráulica. Isso porque envolve riscos maiores, necessidade de conhecimento técnico específico e, claro, normas rígidas de segurança.
Um eletricista pode cobrar entre R$ 150 e R$ 250 por uma simples troca de disjuntor, ajuste em tomadas ou revisão básica. Instalações de ventiladores, lustres e chuveiros giram na mesma faixa, dependendo da altura, dificuldade de acesso e acabamento exigido.
Já serviços maiores, como reforma completa do quadro elétrico, instalação de sistema de aterramento ou passagem de nova fiação, podem ultrapassar facilmente os R$ 800 — chegando a R$ 2.000 em projetos mais complexos ou comerciais.
Além disso, eletricistas que trabalham com sistemas de automação, energia solar ou painéis fotovoltaicos conseguem valores ainda mais altos. Nesse caso, o serviço não é só técnico — é também consultivo, e isso aumenta o valor percebido pelo cliente.
Faturamento x frequência: como equilibrar?
Ganhar bem por serviço é ótimo, mas o segredo do sucesso do técnico autônomo está no equilíbrio entre preço e frequência. Não adianta cobrar R$ 800 por um serviço se ele só acontece uma vez por mês. Ter volume é fundamental.
Um eletricista que consegue encaixar quatro ou cinco atendimentos simples por dia, com ticket médio de R$ 200, pode faturar cerca de R$ 1.000 por jornada — sem depender de um único serviço “grande”. Essa constância é o que traz segurança e estabilidade financeira.
Por isso, muitos profissionais preferem manter uma agenda com serviços rápidos e recorrentes. São fáceis de executar, têm menor risco de imprevistos e permitem organizar melhor o tempo. Com isso, o técnico consegue atender mais clientes e criar uma base sólida de indicações.
E claro, nada impede de alternar com serviços maiores. Quando surgem instalações mais longas, é só ajustar a agenda, bloquear o dia e se dedicar com foco total. O importante é sempre manter o ritmo de trabalho — e não depender de um “serviço salvador” por mês.
Custos que influenciam o lucro real
Nem tudo que entra no bolso do técnico é lucro — e é importante lembrar disso na hora de fazer as contas. Todo serviço tem custos que, se não forem considerados, podem comprometer a rentabilidade do trabalho.
Um encanador, por exemplo, precisa considerar combustível, ferramentas, reposição de materiais, EPIs, manutenção do veículo, tempo de deslocamento e até taxas de aplicativos ou meios de pagamento. Tudo isso entra na conta.
Além disso, o tempo também tem valor. Um serviço que demora quatro horas e rende R$ 250 pode ser menos vantajoso do que dois atendimentos de uma hora a R$ 150 cada. Por isso, o planejamento da agenda faz toda a diferença no resultado final.
O técnico que se organiza, controla gastos e precifica com estratégia consegue manter margens saudáveis — e isso é o que garante crescimento real. Afinal, trabalhar muito e lucrar pouco não é o objetivo de ninguém.
Serviços emergenciais e tarifas diferenciadas
Um dos maiores trunfos do técnico autônomo está na urgência. Quando o cliente está desesperado, topa pagar mais por um atendimento imediato. E isso não é aproveitamento — é valor agregado pela disponibilidade fora do comum.
Visitas noturnas, feriados, domingos ou serviços de emergência podem ser cobrados com tarifa extra de 30% a 100% do valor normal. Tudo depende da situação, da urgência e do risco envolvido. E, se bem apresentado, o cliente entende (e paga).
O segredo está na clareza. Explicar com transparência o motivo do valor diferenciado, detalhar o que será feito e garantir que o problema será resolvido no ato. Isso aumenta a confiança — e justifica o preço.
Esses atendimentos podem representar uma boa fatia do faturamento mensal, especialmente para quem tem flexibilidade de horário. E, em muitos casos, o cliente que é bem atendido numa emergência acaba chamando novamente depois, para serviços mais tranquilos. Ou seja: é lucro imediato e fidelização no médio prazo.